outubro 03, 2007

RECANTO


Sei
que algures
num templo antigo,
se guarda
a memória de mim ,
estou certa
que algures
num trecho antigo
se relata
a história de mim .
Pressinto
que algures
num excerto antigo
se enclausura
minha alma devassa,
minha pele mulata,
minha sede cruzada,
minha sina dobrada.
Presságio revelado,
sina cumprida,
algures num script roído,
minha história
queima a escrita,
minha sina
transpira o trecho
e a revelação
da clausura
cumpre a memória
de minha história,
guardada no relato
de um templo pirata,
que minha pele pressente!
Algures
num recanto da alma
se explica
o objecto
do lirismo
de minha teoria.

Vera Ferreira
26/10/98

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