junho 04, 2007

BRINDE


Bebi
dois tragos
de sonho,
num cálice
de prata,
e esperei
o anoitecer
no telhado
onde dorme
meu pranto.
Adiei o sono,
denunciei
a solidão,
e me aliei
ao luar.
Ergui
o cálice do sonho,
e prateei o trago
com os lábios
ávidos da cor
do teu nome
e,
plenos de avidez
da ausência
dos teus,
o eu
se inundou
de tu,
se materializou
num fragmento
de nós,
e o sonho
escorreu
pelos cantos
de minha boca
prateada
de ti!




Vera de Deus
12/06/98

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