dezembro 20, 2007

REMNA - A BIO

Foto do "my space" do músico

Bissau, 01 de Junho de 1977. A Guiné acaba de perder um dos homens e artistas mais marcantes da sua geração, e o cortejo fúnebre se estende a perder de vista.
José Carlos Schwarz encontrou a morte alguns dias antes, aquando de um trágico acidente aéreo ocorrido no aeroporto de Havana, Cuba.
O homem deixa atrás dele, uma viúva e dois filhos. O artista, cantor, deixa uma população com problemas de consciência identitária e, através das suas canções e poemas, um quadro sombrio, mas salpicado de cenas quotidianas, vividas pelo povo guineense sob a opressão do jugo colonial português. A este povo, ele lega uma consciência cultural e revolucionária.
Remna, um de seus filhos, herda igualmente, este estado de espírito.
É aos 14 anos de idade, que Remna descobre a escrita como meio de expressão artística. Autor de textos de natureza diversa, embrenha-se no seio dos “rap battles” que têm lugar nos pátios de seu liceu.
Remna chega a França em 1996. Inicialmente em Tours, e depois em Orléans onde efectua o encontro da comunidade hip hop da região Centro. Compreende que os códigos não são os mesmos, e o acesso aos pequenos palcos da região, lhe é muito difícil. A sua sensibilidade musical permite-lhe, no entanto, de se destacar do lote, pela adopção de um estilo mais melódico, original e reconhecível.É influenciado por intérpretes guitarristas, como Habib Koité, Boubacar Traoré, Ali Farka Touré, Santana, Prince, BB King, Mark Knopfler, Keziah Jones, Bem Harper, Ronny Jordan… mas também por artistas como Richard Bona, Fela Kuti, Bob Marley, LKJ, Salif Keita, Steel Pulse… Remna escuta, mas constrói um estilo de tocar que lhe é próprio.
O toque da guitarra é um cruzamento entre as harmonias inspiradas nos ritmos Oeste africanos (Guiné Bissau, Norte e Sul do Mali, Guiné Conacry) e o método conhecido pelo nome de “pickink” (utilizado antigamente pelos “bluesmen”, quando partiam sozinhos para a estrada: o principio é de dedilhar as cordas, fazer sair os baixos e as harmonias, batendo ao mesmo tempo, sobre a caixa da guitarra, para dar uma nuance à parte que se está a interpretar). A astúcia reside nos impulsos dados às cordas ; no abordar o instrumento como o faria um baixista, mais que um guitarrista, e utilizá-lo como um suporte melódico rítmico.
Seus textos são apoiados por um canto pintado de influências reggae crioulo, e sustentados por um “flow” característico da escola hip hop que frequentou. São escritos em inglês, crioulo (Guiné Bissau), francês e, às vezes, em wolof (Senegal), evocando imagens do ser humano face à decepção, à cólera, a intolerância e à injustiça. Estigmatizam uma instituição ameaçadora das liberdades fundamentais do indivíduo.

Para mais informações, consultar:

http://www.myspace.com/remna65
http://www.remna-saltana.com

1 comentário:

Anónimo disse...

gracias pela dica ,sempre bomconche cenas cool