janeiro 09, 2007

ATENTADOS PUBLICOS IV



O EXPRESSO DO ORIENTE


Prefiro referir-me assim à “ameaça” diariamente crescente, que vem se tornando a proliferação de lojas chinesas.
Antes de tudo, devo reiterar o facto de concordar plenamente, que a chegada desta “corrente” a Cabo Verde, melhorou consideravelmente, a vida de grande franja da população. Hoje, todo o mundo tem a possibilidade de se calçar, de se vestir e, de adquirir presentes para seus filhos, de uma forma mais condigna.
Mas… (para não me repetir no “porém”) há qualquer coisa, que não bate certo! Eles estão se instalando em massa, que nem trazidos por um Expresso tamanho gigante, desbancando qualquer comerciante de boa fé. Mas até aí, não é um problema que me aflige, pois não sou comerciante. O que me toca e, concerteza toca a todos os que não lucram com isso, é o facto de constatar que, a cada dia que passa, o nosso querido Plateau principalmente, irá perder num ápice, sua oportunidade de resgatar suas origens, tornando-se no centro histórico, como tanto se fala e como seria de se esperar! Como concretizar qualquer projecto que seja nesse sentido, se o que se vê, é o crescimento desmedido de um autêntico embrião da Chinatown?
Cada vez que vou ao Plateau (começa a rarear esse prazer, tal é a confusão que me faz), sou assaltada com a visão de novas lojas! É, elas abrem com um estalar de dedos. O antigo comércio praiense caiu e, os proprietários das casas ou ex-lojas, preferem alugar seus espaços a este novo comércio a defrontá-los!
Daqui a uns anos, se tudo correr como previsto, o Plateau converter-se-á no Centro Histórico da capital, onde de preferência, deveríamos poder mostrar aos que nos visitam e a nós mesmos, edifícios históricos recuperados, espaços agradáveis, museus, restaurantes típicos, lojas de artesanato, ruas fechadas ao trânsito devidamente pavimentadas e limpas, à semelhança de tantos outros países, não é? Receio que, não vamos conseguir isso, se a Chinatown continuar se impondo desta forma.

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